É um exame indicado na prevenção do câncer do intestino grosso (colorretal), cuja incidência é crescente em ambos os sexos, a partir dos 50 anos de idade. Também é adequado para a investigação de sinais e sintomas que podem sugerir doença neste segmento.
O revestimento interno do intestino grosso é visualizado diretamente e em tempo real. Este procedimento permite o exame, a coleta de material para estudo histológico, bem como a remoção de lesões pré-malignas sem a necessidade de intervenção cirúrgica.
A eficiência da colonoscopia na prevenção do câncer pode ser bem compreendida porque os tumores malignos do intestino grosso são causados, em sua grande maioria, pela progressão de
lesões benignas e diminutas (os pólipos) que ao longo de 5 a 7 anos sofrem modificações que resultam em crescimento e transformação maligna. Se a remoção destes pólipos (polipectomia) for realizada antes que ocorram estas modificações, então o procedimento é capaz de prevenir a ocorrência do câncer do
intestino grosso.
Para que o exame seja bem-sucedido é importante uma preparação cuidadosa visando a eliminação de
resíduos que possam prejudicar a visão do examinador. Tal preparação inclui dieta sem fibras e o emprego
de medicação laxativa para acelerar o esvaziamento intestinal. O tempo necessário para a completa limpeza
do intestino vária individualmente, podendo durar cerca de três horas na maioria dos casos. A colonoscopia
pode ser realizada em ambiente hospitalar para proporcionar condições ideais de segurança e conforto ao
paciente, ou em ambiente ambulatorial que atenda a estas premissas. Como forma de compensar a perda
de líquidos e sais minerais decorrente da limpeza intestinal, é recomendável hidratação adequada ou a infusão venosa de solução contendo açúcar, sais minerais e água.
O tempo necessário para a completa limpeza do intestino vária
individualmente, podendo durar cerca de três horas na maioria dos casos.
Uma vez concluída a preparação, o paciente é conduzido à sala de endoscopia onde será recebido pela equipe médica responsável pelo procedimento. Após ser aplicada a sedação consciente ou até mesmo sob anestesias, o exame é iniciado. O colonoscópio (equipamento flexível, capaz de captar e transmitir as imagens do interior do intestino) é inserido pelo ânus (ou por um estoma já existente) e o médico o faz progredir cuidadosamente, percorrendo todo o intestino grosso. É possível também examinar uma porção do intestino delgado. Nesse trajeto, quaisquer alterações identificadas ou lesões suspeitas são removidas pelo médico examinador com auxílio de instrumentos adequados e, em seguida, encaminhadas a estudo
histopatológico.
Uma colonoscopia normal, realizada em condições técnicas adequadas (bom preparo intestinal, exame completo, etc) em um paciente de baixo risco, poderá ser repetido em 5 anos com segurança para o programa de prevenção de câncer. A periodicidade com que a colonoscopia deve ser realizada é individual e depende do resultado do exame prévio e do risco de cada paciente.
São considerados pacientes de risco para o desenvolvimento do câncer colorretal aqueles que possuem histórico de câncer de intestino em familiares e aqueles que possuem doenças que predispoem ao câncer de intestino.
Uma das grandes vantagens da colonoscopia é tornar possível a remoção de pólipos sem a necessidade de uma cirurgia abdominal. Antes do surgimento do aparelho (o colonoscópio), somente era possível remover os pólipos, mesmo pequenos, através de uma cirurgia.
Antes de se submeter a uma colonoscopia, é importante consultar-se com o coloproctologista que executará o procedimento a fim de obter todos os esclarecimentos a seu respeito. Esse contato prévio aumenta, em muito, a segurança da intervenção, permitindo ao médico especialista conhecer em detalhe as condições clínicas do paciente e estimar adequadamente os riscos. Dessa forma, é possível individualizar todas as etapas do exame (limpeza do intestino, tipo de sedação, etc) às condições específicas de cada caso.